Transpira pela mídia a perda da
moral e da referencia dos conceitos de valores, adoecidos por atos
historicamente reiterados de poder, dominação e dinheiro, as leis não nos
agasalham com segurança, a segurança posta a xeque em todas as direções, desde
o martírio de jovens negros, gays, mulheres, adolescentes lançados à fatalidade
das drogas e da bestialização do entretenimento, carregado de um cavo cultural
e artístico ao esvaziamento dos cofres públicos dos solos do mar às copas das árvores,
da moradia ao esparadrapo, da folha de papel às sondas petrolíferas da
negociata por cargos às chantagens politiqueiras, e o honesto cidadão que
sonega, estaciona a faixa de pedestre, fura filas em hospitais, além das fortes
e armadas corporações marginais com núcleos muitas vezes nas esferas policiais.
As artimanhas das cúpulas esmerando
postos por todas e quaisquer sortes e vias. A mídia em todas as dimensões e
grandeza, intrinsicamente ligada aos mesmos agentes e grupos numa guerra de
tanques e caças contra os estilingues das ruas, reféns e algemadas por discursos,
sofismas e factoides de todos os lados e bandas. Manchetes são cada vez mais
valiosas, a busca e a investigação seja em que ordem for, passou a ter crivo se
pertencer a operações e fases, mesmo que milionários sejam indiciados ou
detidos com seus ilustres e caros advogados e dilações, enquanto viciados são
expostos nas páginas e blogs, com seus nomes e identidades invadidas.
Estamos cada vez mais conectados,
as pessoas se encontram mais facilmente em emulação do que em conversas e
debates; dialéticos embates quase não ocorrem nem mesmo em mesa de bar. Os
aplicativos e grupos numa mundialização de prazeres e pouca humanização,
retratam o que inspiram as redes sociais, que se misturam ao fundamentalismo, a
xenofobismo, homofobia, vendas e consumos autoafirmação do prato que comeu ou o
tamanho do espelho, até mesmo como agenda do dia-a-dia. E por vezes “paixões”.
A democratização da felicidade em pequenos posts...
Uma polissemia de partidos que mais
parecem sopinhas de letras e “Ps”, retratam, Brasília, Brasil, Cariri, Crato;
parecem diferentes, mas, não é mera coincidência, a letargia no processo de
saídas reais para uma nova era ainda campeia pelo caos. Há uma luz no fundo do
universo, sobretudo, na causa e efeito, após a bagunça uma nova ordem. Às
portas das eleições municipais, o país sem presidência, com um congresso amorfo
e um judiciário aquartelado, sob o olhar e imposição midiática. A inversão da
autoridade jurídica, rompendo ganhos imprescindíveis para o futuro da pátria: o
resguardo total e irrestrito da Carta Magna.
O único pensamento, hoje, em
nossa sociedade, politicamente falando, o normativo é o roubo, Então, como
pensar tal sociedade sem esse pensamento e poder ter a cura a essa patologia,
normatizando novas conveniências? A sociedade pôs-se em coma para abstrair a
sua responsabilidade pela doença social e politica, um misto de inercia e
hipocrisia.
Mas, há saída, e, está na politica,
novos líderes devem ser constituídos, uma oportunidade para as políticas
públicas, para o povo que precisa se reinventar a cada dia... Não somos mais o
cratinho de açúcar, nem a terra do futebol e do samba, somos uma nação de
pessoas que precisa fazer valer sua identidade, tomando para si a
responsabilidade de ver sua gente capaz de enfrentar as adversidades de cabeça
erguida e cidadania plena. É na politica e na consolidação democrática que o
novo pode surgir, compreendendo, e, sem desprezar o caos como referência
reflexiva, assim sem incorporar a Phoenix lançar mão de originais e bons
líderes, reafirmando que somos sim; capazes de nos enxergarmos um no outro.
Sergio
Ribeiro Bastos
Professor