A
exposição histórica ‘Sérvulo Esmeraldo: A Linha, A Luz, O Crato’, para um dos
maiores artistas plásticos da história cearense, será aberta no dia 10, às 10
horas, na Universidade Regional do Cariri (URCA), no Campus do Pimenta, e, às
16h30, na Encosta do Seminário, em Crato, sua cidade natal. O evento abre as
comemorações dos 88 anos do artista, além de estar sendo realizada dentro dos
30 anos de criação da URCA.
Desde o
ano passado que a exposição está sendo articulada por meio da Universidade,
Governo do Estado do Ceará e o Instituto Sérvulo Esmeraldo,
presenteando a cidade com 58 peças do artista, algumas delas inéditas, e
que marca o seu retorno em grande estilo, com exposição em solo
cratense. A Pró-reitoria de Extensão da URCA esteve no apoio para a
realização da organização e montagem da exposição.
O evento
será aberto com a presença do Governador Camilo Santana, o Reitor da URCA,
Patrício Melo, e o artista Sérvulo Esmeraldo. Reconhecido
internacionalmente, o artista esteve ainda no ano passado na URCA, para
discutir a parceria com o Reitor e a curadora da exposição, Dodora Guimarães.
As obras foram montadas em áreas estudadas pela curadoria, distribuídas pela
URCA, a exemplo do jardim da Reitoria da Universidade, o Salão da Terra e o
hall de entrada da biblioteca, além de obras na área da Encosta do Seminário,
que já vem chamando atenção dos moradores e modificando a paisagem local, com
as Pirâmides e as Folhas Pendentes.
Juntamente
com o artista, foram visitados os espaços, e ele destacou ao mesmo tempo a
alegria de poder expor o seu trabalho, justamente na cidade onde começou a
desenvolver as suas primeiras obras de arte, atualmente em exposição permanente
em instituições como a Pinacoteca do Estado de São Paulo.
O
trabalho de Sérvulo poderá ser contemplado por estudantes, a
sociedade caririense e centro- sul, além da oportunidade de realização de um
seminário escolhendo a sua obra como temática, com a presença do próprio
artista e estudantes do curso de Artes Visuais da Instituição e outras áreas da
academia. O Reitor destaca a importância de Sérvulo para a cidade do
Crato e da abertura de espaço para que a arte adentre a Universidade, no
sentido de proporcionar a reflexão e a expansão do conhecimento, em suas
diversas vertentes.
A
curadora Dodora Guimarães afirma a ideia de realizar a exposição no Crato vem
de vários anos. “Estamos com um projeto para homenageá-lo nos seus 88 anos e o
começo ocorre no Crato”, afirma. O objetivo foi fazer um projeto com a
abrangência da sua obra, com a escultura, e as etapas de trabalho, sobretudo a
partir dos anos 80, no seu retorno da para o Brasil, e a gravura, que foi o
início de tudo. Há uma série de gravuras recentes, feitas em 2014 e 2015. “O
Nosso desejo é que o Crato conheça a obra do Sérvulo”, diz Dodora.
A
primeira exposição individual de Sérvulo Esmeraldo aconteceu em
Crato, no ano de 1951. A segunda veio já no ano de 2001, durante a Bienal de
Artes do Cariri, e, no ano de 2010, houve outra, mas em Juazeiro do Norte, no
Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBN).
Contribuição à arte brasileira
Reconhecido pela efetiva contribuição à arte brasileira e universal,
Sérvulo Esmeraldo completará 88 anos em 27 de fevereiro de 2017. Antecipando as
comemorações, o Instituto Sérvulo Esmeraldo, em parceria com o Núcleo de
Produções Culturais e Esportivas e Universidade Regional do Cariri (URCA), por
meio do Governo do Estado, organiza a importante exposição de sua obra. Sérvulo
cresceu e realizou sua primeira exposição individual, em 1951.
O evento marcará ainda a posse do artista na cadeira Aldemir Martins, do
Instituto Cultural do Cariri e o lançamento do livro Sérvulo Esmeraldo: A Linha
e a Luz. Na ocasião, será apresentada também a performance Heli Cubo, de Guto
Lacaz (SP), um dos ícones das artes plásticas e gráficas no país.
A mostra Sérvulo Esmeraldo: A Linha, A Luz, O Crato reúne um
conjunto representativo do trabalho do artista. Serão expostos além dos
relevos, esculturas e gravuras, os desenhos inéditos da série denominada Suíte
Araripe, feitos especialmente para a exposição no Crato, entre 2015 e
2016.
“Estaremos frente a frente com a produção recente do Mestre do Crato. E
se é um privilégio para os seus conterrâneos e o público em geral. Para Sérvulo
Esmeraldo, esta exposição é seu feito mais importante, posto que é a realização
de um sonho”, revela a curadora, que é também sua companheira de vida há mais
de 30 anos.
O início da celebração de seus 88 anos não poderia ser em outro lugar,
pois como o artista costuma dizer, “tudo começou no Crato”. É da infância no
sítio da família Esmeraldo, onde funcionava o engenho Bebida Nova, que vêm as
primeiras “astúcias” ou experimentações de Sérvulo. Mais tarde, a curiosidade e
a inventividade encontraram melhor direção ao observar os afazeres de mestres
como o ourives Theopista Abath, o marceneiro Zé Barbosa e o Juvenal
Carpinteiro, além do inspirador Tio Pergentino, como relembra o artista em
texto autobiográfico. Vem das feiras do Crato também o interesse pela
xilogravura, adentrando para o universo da arte por meio das ricas
manifestações da cultura popular nordestina.
“Sérvulo é um inventor. Traz dentro de si a inquietude que se traduz em
criação. Formou, ao longo da vida, um repertório diversificado e domina
técnicas com as quais faz arte”, define o pesquisador e escritor Gilmar de
Carvalho. De acordo com ele, “Sérvulo e o Crato são um. Ele volta sempre,
porque nunca saiu de lá. Ecoam, ainda que recriados pelo homem cosmopolita, as
facas dos Irmãos Aniceto, os pandeiros do Mestre Cirilo, a espada do Mestre Aldenir,
e a alegria dos folguedos das crianças da Mestra Zulene Galdino. Ecoam, ainda,
o grito de guerra do índio do jornal ‘O Araripe’ (1855), o repente bem
temperado de Zé de Matos, e o som roufenho da Rádio Araripe (1951)”.
Fotos de Gentil Barreira
Texto da Assessoria de Comunicação da Urca