A
leitura e a escrita são paixões declaradas de Ingrid Louhanna Santos, natural
do município de Aurora, na região do Cariri. Aos 17 anos e recém aprovada no
curso de Direito da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na
Paraíba, e o curso se dará no campus localizado no município de Sousa-PB.
A
jovem alimenta o sonho de, um dia, ser juíza, e o primeiro passo nesta direção
foi dado, enquanto ela se organiza para mudar de cidade e de vida. Ingrid
concluiu a educação básica na Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI)
Tabelião José Pinto Quezado, pertencente à rede pública estadual, e realizou o
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2019.
O
desafio de morar distante dos pais, assumir novas rotinas e responsabilidades,
a princípio, gerou-lhe apreensão. Mas, estando prestes a iniciar a nova etapa,
o sentimento transformou-se em anseio e então a jovem revelou não ver a hora de
ser universitária. “Primeiramente estava triste por ter que me separar dos meus
pais. Sou muito apegada a eles. Mas, quando visitei a cidade, andei pelas ruas,
conheci minha futura casa e fui até a Universidade, fiquei ansiosa para
começar”, conta.
Ingrid
é a primeira da família a conseguir acesso ao Ensino Superior. Embora seus pais
não tenham dado sequência aos estudos, sempre incentivaram a filha a seguir
adiante, oferecendo o suporte necessário para que obtivesse êxito. “Por eles
não terem conseguido, sempre me aconselharam, dizendo que não queriam que eu
passasse pelo que eles passaram. Fico extremamente feliz e orgulhosa em mudar
essa tradição, ciente de que estou dando retorno por tudo o que meus pais
fizeram por mim, em todos esses anos”, admite.
Objetivo
“Quero
terminar o Ensino Superior e estudar para concursos, com foco no de juíza. Acho
que vai ser cansativo, mas pretendo me dedicar e dar meu máximo, como sempre
fiz, para concluir bem. Assim como fiz no Ensino Médio”, projeta a jovem.
A
escolha da profissão não veio por acaso. Quando cursava a 1ª série, Ingrid
ficou sabendo que alguns alunos da 3ª série organizavam debates semanais na
escola, a respeito de temas variados, que estavam em voga na sociedade. “Um dia
me interessei em ir. Na primeira vez fui para assistir, mas já quis participar,
debater, defender meu ponto de vista. Então, conversei com as realizadoras e
passei a participar da banca, defendendo ou acusando o tema proposto”,
relembra. Dali por diante, o gosto pela argumentação de ideias só fez aumentar.
Bruno
Mota - Texto e Foto