Foto do Museu de Paleontologia da Urca, para onde irão os fósseis apreendidos - Foto: Wanderson César/Ascom/MPF) |
O Ministério Público Federal
(MPF) obteve autorização definitiva da Justiça da França para repatriar 998
fósseis brasileiros comercializados de forma ilegal para o país europeu. O
material inclui 34 caixas contendo 345 pedras de animais fossilizados e 648 pequenos
quadrados de animais e plantas em formato de fóssil, todos oriundos da Chapada
do Araripe, no Cariri cearense.
O pedido para devolução dos
fósseis foi feito à França no fim de 2019 pelo procurador da República em
Juazeiro do Norte (CE) Rafael Ribeiro Rayol, por meio da Secretaria de
Cooperação Internacional do Ministério Público Federal (SCI/MPF). A decisão da
Corte de Apelação de Lyon foi proferida em 24 de fevereiro, mas só agora a
comunicação chegou ao MPF brasileiro. Conforme consta nos autos, os fósseis
foram apreendidos em agosto de 2013, no porto de Havre, que é um dos principais
da França, localizado na região da Normandia. Outros fósseis - Essa é a
primeira decisão definitiva do Judiciário francês em relação a pedidos de
repatriação de fósseis feitos pelo MPF brasileiro ao país europeu. Há outros
dois casos em tramitação que envolvem um esqueleto quase completo de
pterossauro da espécie Anhanguera com quase quatro metros de envergadura e
outros 45 fósseis, que incluem tartarugas marinhas, aracnídeos, peixes, répteis,
insetos e plantas, alguns com milhões de anos. Esse material está avaliado em
quase 600 mil euros (R$ 4 milhões, aproximadamente, pelo câmbio atual) – dada a
raridade, o interesse científico e a qualidade de preservação. No fim de 2019, o procurador e
integrantes da SCI/MPF participaram de reuniões com autoridades do MP e do
Judiciário da Alemanha, França, Itália e Suíça para discutir a repatriação de
fósseis brasileiros enviados ilegalmente para diversos países do bloco europeu.
São milhares de exemplares retirados sem autorização do território da Chapada
do Araripe. Os encontros foram realizados na sede da Agência Europeia de
Cooperação Jurídica Internacional (Eurojust) em Haia, na Holanda. “Esperamos
que todo esse material já apreendido e à disposição da Justiça também seja
devolvido à sociedade brasileira, para que possa servir a fins científicos e
museológicos”, conclui Rayol. Fonte: Secretaria de
Comunicação Social Procuradoria-Geral da
República |