Congresso Brasileiro de Paleontologia reúne mais de 500 pesquisadores
A paleontologia nacional está em debate no Cariri no 24º Congresso
Brasileiro de Paleontologia, que este ano acontece em Crato, até o próximo dia
6. São cerca de 500 participantes de todo Brasil, reunidos em debates e
apresentações de trabalhos, na Universidade Regional do Cariri (URCA), campus
do Pimenta. A abertura oficial foi realizada no Centro de Convenções do Cariri,
pelo Reitor da URCA, Professor Patrício Melo, neste dia 2.
Na abertura, que contou com apresentação da Banda Cabaçal dos Irmãos
Aniceto, foram realizadas homenagens especiais, para o paleontólogo (in
memoriam) Professor Dr. Rafael Gióia Martins Neto, mestre em Geociências pela
Universidade de São Paulo (1990), doutor em Geologia Sedimentar pela
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2002), com pós-doutorado em
Paleoartropodologia pela Universidad Nacional del Nordeste da Argentina, no
período de 2007 a 2009. Além dele, o Professor Doutor Plácido Cidade Nuvens,
ex-reitor da URCA, idealizador e atual Diretor do Museu de Paleontologia de
Santana do Cariri. Ele é o presidente de honra do congresso, que teve a sua 16ª
edição realizada em Crato, no ano de 1999.
Durante a abertura, o Reitor Patrício Melo, destacou os avanços na área
da pesquisa voltados à Paleontologia, além de ressaltar a contribuição que
poderá ser dada pelos pesquisadores, possibilitando a preservação dos fósseis e
o fortalecimento no campo do saber científico. Ele desejou sucesso nas
parcerias voltadas para as políticas de conservação.
O presidente do Congresso, o Professor da URCA, Álamo Saraiva, lembrou
da redução do tráfico de fósseis na região, nos últimos anos, mas ainda tendo a
atuação de quadrilhas especializadas que precisam ser combatidas, com um trabalho
mais efetivo e fortalecido de fiscalização nas áreas de incidência de fósseis.
O Museu, em Santana, as parcerias para o desenvolvimento de trabalhos, além da
ampliação nas pesquisas têm contribuído para redução da retirada ilegal das
peças. “Mesmo assim, importantes exemplares continuam saindo do Brasil, como
recentemente foi divulgado pela mídia uma grande descoberta”, disse.
O professor Álamo ainda destacou a importância dos órgãos de
fiscalização realizarem o seu papel de conter a retirada ilegal de material da
região, e não servirem como empecilho que dificultem o trabalho dos
pesquisadores, pelo bem da ciência. Ele ainda ressaltou a importância do
Geopark Araripe, que tem sido um dos grandes motes para a valorização do
potencial paleontológico. “Temos que nos entrincheirar para preservar o que é
nosso. Os estrangeiros são bem-vindos, para trabalhar dentro da legalidade”,
conclama.
O evento está sendo organizado por meio da URCA, Universidade Federal do
Pernambuco (UFPE), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e o Geopark
Araripe. A coordenação científica é formada pelos pesquisadores Etiene Fabbrin
Pires, Juan Carlos Cisneros Martínez e Sandro Marcelo Scheffler. Uma parte
representativa dos pesquisadores que integram o evento já realizou trabalhos na
Bacia Sedimentar do Araripe, a exemplo da paleontóloga da UFPE, Juliana Sayão
(vice-presidente do Congresso) e o pesquisador Alexander Kellner, do Museu
Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro.
De acordo com presidente do evento, esse congresso realizado agora
envolve temas importantes debatidos, como a legislação em relação ao tráfico de
fósseis. Para isso, representantes de instituições como o Departamento Nacional
de Produção Mineral (DNPM), Polícia Federal e Ministério Público Federal
estarão participando dos debates. Pesquisadores de renome internacional irão
tratar de assuntos como as descobertas realizadas nos últimos dois anos. Os
debates estão acontecendo nos auditórios do campus do Pimenta, na URCA, em Crato,
incluindo Salão de Atos da Universidade, auditório do Geopark Araripe e o
Ginásio Poliesportivo.
Ascom Urca