O fechamento de mais de 400 agências do
Banco do Brasil, com o consequente desligamento de mais de 18 mil servidores,
anunciado pela instituição financeira, será questionado pela Comissão de Defesa
do Consumidor, da Câmara dos Deputados. Requerimento nesse sentido foi
preparado pelo deputado federal cearense Chico Lopes (PCdoB), que, além da
preocupação com demissão em massa de bancários, como na era FHC, alert apara o
retrocesso em uma das maiores instituições financeiras do mundo e para o risco
de consequências extremamente negativas para o consumidor, com o fechamento de
tantos pontos de atendimento.
"A desculpa de que muitas
operações bancárias são feitas através da Internet não convence neste caso.
Essa realidade do atendimento virtual já acontece há muito tempo, e mesmo assim
o Banco do Brasil montou a rede atual de agências, porque avaliou que elas eram
necessárias, para poder prestar seus serviços com capilaridade, chegando até
onde a população está", questiona Chico Lopes, para quem a medida reflete,
na verdade, o entendimento do novo Governo Federal sobre precarizar os serviços
públicos, diminuir a qualidade de atendimento para, em um futuro breve,
defender a privatização da instituição financeira.
"Apesar da evolução da tecnologia,
são muitos os serviços que só podem ser feitos em agências, como o atendimento
personalizado, cara a cara com o seu gerente, orientando sobre investimentos,
economia, seguros, financiamento imobiliário, previdência", reforça o
deputado Chico Lopes, cuja atuação na Comissão de Defesa do Consumidor,
questionando as tarifas bancárias, foi responsável pela padronização e redução
dessas tarifas, pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central.
"Não se pode aceitar que os vários
retrocessos provocados pelo governo Temer, que já quer cortar recursos da
educação, da saúde, da assistência social, da Previdência, cheguem também a uma
empresa forte e respeitada como o Banco do Brasil. Quem vai pagar a conta, se
essas agências forem realmente fechadas, são os servidores do banco e os
clientes", alerta.
Assessoria Parlamentar