O Mestre da Cultura do Ceará, o poeta
Pedro Bandeira, o “Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste”, nos deixou nessa
segunda-feira, dia 24 de agosto. Com muita tristeza e pesar, o Ceará se despede
desse grande artista. No coração, ficam suas canções e também um mundo de
gratidão por seu imenso legado e poesia, por sua grandeza, imensidão. Com
pesar, a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult) agradece sua
existência, festeja sua arte, e deseja luz e paz na sua travessia.
Nascido em 1º de maio de 1938, no Sítio
Riacho da Boa Vista, município paraibano de São José de Piranhas, filho de
Tobias Pereira de Caldas e da poetisa Maria Bandeira de França, ele recebeu, em
2018, o título de Tesouro Vivo da Cultura (Secult-CE), reconhecido pelo Governo
do Ceará, e sua cantoria seguirá viva e alegre por todo sempre!
“No dia do meu enterro / não precisa de
aparato / enterre os meus pés em Barbalha / o meu coração no Crato / e a cabeça
em Juazeiro”, cantou, certa vez, seu amor pelo nosso estado.
A Secult teve a alegria de, no dia 6 de
junho de 2019, no Theatro José de Alencar, ter entregue ao nosso poeta Pedro
Bandeira a Comenda Patativa do Assaré, condecoração que foi dada a
personalidades, artistas, poetas, cantadores, pesquisadores que se destacaram
por suas relevantes contribuições à Cultura Popular Tradicional. Receberam,
além dele, a folclorista Elzenir Colares e também poeta popular Geraldo
Gonçalves (In Memoriam). Foi um encontro bonito, com a mão tremula e a sua
viola a nos encantar, nosso poeta sempre fazendo belezas e repentes. Foi uma
noite de bom humor e alegria.
Pedro
Bandeira
Pedro Bandeira, 81, é o “Príncipe dos
Poetas Populares do Nordeste”. Nascido no sítio Riacho da Boa Vista, município
de São João de Piranhas, o poeta e cordelista também atuou como repentista,
cantador, escritor, radialista e apresentador de TV. Formado em Letras,
Teologia e Direito, versa desde os seis anos. Aos 17, tornou-se profissional.
Pedro Bandeira é de uma família de
poetas. Uma das pessoas que cantou com mais maestria o sertão. Tinha um
conhecimento profundo das coisas da terra e da religiosidade popular, então
cantou sempre com muita propriedade. A parceria com o cantador Geraldo Amâncio
também é um ponto forte. Na seara radiofônica, por sua vez, o início deu-se na
Rádio Educadora e a “fama” aconteceu com o programa Viola e Violeiros, no
Crato. Como escritor, escreveu também muitos folhetos.
Pedro Bandeira é autor de centenas de
músicas, entre elas a peça “Graça Alcançada”, que veio a ser gravada por mais
de 20 intérpretes e pode ser considerada o hino dos romeiros e das romarias em
Juazeiro do Norte. Além de renomado expoente de uma geração de cantadores,
Pedro Bandeira veio a destacar-se também na Literatura de Cordel, com mais de
uma centena de títulos publicados e ilustrados pelos principais xilógrafos
cearenses.Escreveu ainda 14 livros, entre eles “Matuto do Pé Rachado” e “O
Sertão e a Viola”.
É neto materno do famoso cantador
nordestino Manoel Galdino Bandeira, de quem herdou o talento repentista.
Recebeu o título de Tesouro Vivo da Cultura do Ceará, concedido pela Secretaria
da Cultura do Estado do Ceará, em 2018.
A Secult Ceará celebra o nosso mestre e
deseja luz na sua caminhada, deseja paz aos seus familiares e amigos nesse
momento de partida. Viva Pedro Bandeira, você é eterno, poeta! Viva, viva!
Ascom Secult